Confesso sou apegada, me
apega a tudo. Desde o papel de tridente que veio antes do primeiro beijo com
alguém especial, a roupa que usei num dia bom, a batom que usava quando o
conhece o Crush, lugares, momentos, e principalmente me apego a pessoas. Sempre
foi assim, muito apega a tudo.
Quando era bem pequena uns
3 anos de idade eu fiquei doente de saudade do meu pai, ele viajou a trabalho e
nessa uma semana fiquei sem vê-lo adoece de saudade, tive febre emocional, até
o dia que ele chegou.
Com o tempo minha mãe me
ensinou a me desapegar um pouco do meu pai e com 5 anos de idade meu pai decide
se separar da minha mãe, a vida mudou o percurso, voltamos para casa da minha
avó a mais de 1.200 quilômetros de distância, com toda essa distância e toda a
mudança na vida de ambos, acabei ficando muitos anos sem vê-lo, hoje em dia faz
6 anos que não o vejo e para falar a verdade faz muito mais, pois a últimas vez
que o vê foi por alguns minutos no máximo, mas a vida seguiu e a falta dele já
não me afetava mais, minha mãe me treinou para aquilo.
Com tudo que aconteceu me
apeguei a minha mãe, em todos lugares ela me levava, até no trabalho dela
passava o dia todo.
Em um certo dia ela disse
para mim segurar as sacolas das compras sentadinha na praça enquanto ela corria
no mercado para pegar algo que esqueceu, tinha uns 8 anos, mas quando vê minha
mãe me deixando sozinha comecei a chorar, chorei muito e em menos de 5 minutos
minha mãe voltou e me viu chorando, ela me abraçou e me perguntou por que
chorava, digo que estava com medo dela ir embora e me deixar sozinha, mesmo ela
me explicando que nunca iria me abandonar, cultive o medo de perde-la por
muitos anos. Tinha tantos medos e outro que me afetava com grande intensidade era
o medo dela morrer, quando ela ficava doente eu chorava muito, cuidava dela e
orava pedindo para Deus não me deixar sozinha no mundo,
Enfim, eu fui crescendo e ela
me ensinando que não iria perde-la.
Com o passar do tempo
troquei meus apegos, sabia que não iria perde minha mãe e comecei a me apegar a
coisas fúteis, o pior me apegar a pessoas.
Chega uma hora que você
toma consciência da situação, será que sempre vai ser assim? Me desapego de
algo para apegar a outra coisa? Nesse ciclo viciante? Mas lembro que já
enfrentei meus monstros, meus medos e aprende o principal: Sobreviver, mesmo
que nem sempre seja confortável, mas a sobreviver com o que for essencial, deixando
as trivialidades de lado, o que preciso hoje é desse amor incondicional da
minha mãe e da minha família, agora tenho até um cachorrinho para chamar de meu
e sempre acompanhada de um pedaço de papel para escrever um
novo capitulo doce e colorido para minha própria história.